Os personagens mais relevantes que marcaram a infância de muitos jaguaruanenses.
É certo que muitas dessas lendas existem também em outros lugares. Agora me perdoe, se você não é jaguaruanense, a Mulher-cavalo é só nossa. Foi parar na televisão e tudo.
Não é algo assim que a gente morra de orgulho, mas é só nos-sa. No entanto não era sobre essas lendas que eu queria falar:
Eu queria falar das lendas reais de minha terra. Das pessoas de verdade que marcaram a minha infância e de muitos outros jaguaruanenses.
Nem sei se ele é de Jaguaruana, mas todo filho da terra da rede já ouviu falar do Sardanha. Sempre segurando o calção, pés descalços e carregando uma saco. Muitos diziam que aquele saco era cheio de cobra, já que essa era sua refeição predileta. Às vezes, ele passava com uma das grandes pendurada por um galho. Todo mundo olhava admirado. Muitas mães usavam o nome do Sardanha para colocar seus filhos pra casa: "Anda, menino, almoçar, senão vou chamar o Sardanha.
Quem passou a infância próximo à Igreja Matriz deve lembrar também o Seu Assis. Seu Assis era um senhor solteirão conversador todo, que sempre dizia conhecer e ser amigo dos fundadores de Jaguaruana e de outras pessoas importan-tes. Ele adorava contar causos antigos de nossa cidade. Nunca negava dois dedinhos de prosa e tinha fôlego para conversar por horas.
(Trecho retirado do livro Meu Baú de Memórias, de Ciro Zulu)